A arte da cerâmica de Máximo Soalheiro - Santa Tereza Tem
Logo

A arte da cerâmica de Máximo Soalheiro

Dia do Ceramista: nossos parabéns aos artistas que transformam o barro em arte.

O Dia do Ceramista é comemorado hoje, 28 de maio e homenageamos esses artistas, por meio do Máximo Soalheiro, um dos grandes representantes da nossa cerâmica mineira e por que não, de Santa Tereza.

Pouca gente sabe, mas Santa Tereza é um lugar com diversos ateliês de cerâmica como Flávia Rocha, Erli Fantini, Eliane Maia, Sônia Rigueira, Marisa Machado de Oliveira, Maria Regina da Silva Martins e Luciana Radick e Máximo Soalheiro.

A cerâmica entrou cedo na vida de Soalheiro de forma inusitada. Aos 18 anos, o jovem Máximo, procurando uma forma de se definir profissionalmente, começou a fabricar tijolos em Betim, na Grande BH.  Nessa função começou a descobrir as diferentes cores do barro, suas características e viu que poderia fazer mais que tijolos, ser mais criativo. Então começou a se dedicar à cerâmica, tanto a utilitária quanto à decorativa.

Criatividade e experientação

Em 1978, trouxe seu ateliê para Santa Tereza, à Rua Adamina, 200, onde ele fabrica, expõe e comercializa suas peças. A originalidade e qualidade de seus trabalhos lhe deu inclusive projeção internacional, não só na cerâmica, mas em outras áreas como artes plásticas, arquitetura, desenho de objetos, desenho gráfico, criação de instrumentos musicais e produção de imagens.

Teaser do espetáculo Mineral

No caso caso da música, a cerâmica é usada como base para percussão, o em várias culturas, como nas moringas, presentes na música africana e brasileira. E depois de 20 anos de pesquisa, Máximo, em 2019, apresentou instalaçãMineral, composta de dezenas de peças em cerâmica, afinadas com alta precisão.  O espetáculo foi no Palácio das Artes e uniu o  sound designer Pedro Durães, que assinou a direção musical instrumentistas virtuoses e abertos à experimentação de linguagens. 

Atualmente, Máximo explica que devido à pandemia e à necessidade de algumas reformas o ateliê está fechado temporariamente.  “Por enquanto estamos fazendo modificações no espaço para desenvolver melhor o trabalho e atender o público. Afinal, são 42 anos no mesmo local. Já era hora de uma reforma”.

Falando sobre pandemia, o artista comenta que “para diversas áreas a pandemia foi péssima, mas para a cerâmica nem tanto. Pelas redes sociais podemos perceber o aumento na comercialização e vejo o crescimento do número de pessoas entrando na produção, especialmente as peças utilitárias. E pelo fato das pessoas ficarem mais em casa há o interesse de tornar o lugar mais aconchegante e melhor.  Aí entra a cerâmica, o que movimenta a comercialização de peças de adorno e as utilitárias. ”

De Sardoá para Santa Tereza

Mineiro da cidade de Sardoá, Máximo veio para Belo Horizonte aos 12 anos e desde 1989 reside em Santa Tereza, em uma casa construída em 1928 e tombada pela Diretoria de Patrimônio Histórico. É o seu cantinho no mundo.

Em Santa Tereza, no seu ateliê, local de pesquisas de material e criação. Foto: Eliza Peixoto

Sua admiração pelo bairro é grande e a vida interiorana é o que mais lhe agrada. “Esse tipo de vida, onde a gente conhece a vizinhança é muito interessante. Eu por exemplo tenho conta, a antiga caderneta, em vários comércios do bairro, coisa difícil de se achar em outros locais. Ainda é comum as pessoas conhecerem o pai e o avô de alguém, pois há muitos moradores que aqui nasceram e permanecem”.

Ele comenta ainda que “graças à ADE (Área de Diretrizes Especiais) o bairro ainda consegue manter esse clima interiorano, mesmo com a construção de pequenos prédios. Mas fato é que mesmo essas construções podem trazer futuros problemas com o adensamento populacional, mas pelo visto é inevitável”.

Matérias relacionada
Cerâmica de Erli Fantini
Cerâmica de Sônia Rigueira
Bate papo virtual com Máximo Soalheiro

Anúncios