Ateliês de Santê: Cerâmica de Erli Fantini - Santa Tereza Tem
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Ateliês de Santê: Cerâmica de Erli Fantini

Fotos: Vivane Silva

Um cenário de texturas, formas, nuances de cores ocres e arco-íris, uma “comichão saudável” de tocar para saber o que revelam as peças. Assim é o ateliê da ceramista Erli Fantini: um convite para os sentidos, o ver e o tocar. Localizado em Santa Tereza, em um quarteirão silencioso, se não fosse pelo canto dos pássaros, o ateliê de Erli pulsa bem debaixo de sua casa. São quase 20 anos no bairro, que antes visitado por seus ares artísticos e seus botequins, hoje é morada e trabalho.

A artista plástica, formada em desenho pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais, sempre teve curiosidade sobre cerâmica e tanto estudou sobre o assunto, que acabou, além de ceramista, se tornando referência no ensino desta arte. “Assim que me formei, procurei aprimorar com cursos no Rio e São Paulo sobre o assunto. Logo senti necessidade de passar para outras pessoas o que aprendia. Eu achava a cerâmica tão cativante, sentia uma satisfação tão grande, que mais gente poderia ficar tão feliz quanto eu,” revela com sorriso e brilho nos olhos.

Em seu ateliê Erli Fantini cria e ensina a fazer uma diversidade de peças, desde utilitários, bijuterias, até objetos de decoração, que também fazem refletir.  As cerâmicas, sobretudo no que diz respeito à queima, ganham cores, aspectos esperados, mas também inusitados. Ela destaca que as queimas em forno elétrico e a gás são mais limpas, mas no forno à lenha, apesar de demorada – em média, quatro dias – é surpreendente.  É um trabalho de espera e paciência. “O fogo e os resíduos da cinza criam uma matéria sobre a argila que transformam a cerâmica em uma peça completamente diferente”, explica a artista.

Em relação ao processo de criação, Erli diz que parte de pequenos estudos e cria pequenos objetos. Segue-se então a escolha da argila e a queima de acordo com o objetivo; um prato que vai ao microondas  deve ser idealmente esmaltado. Já uma peça de arte de grandes proporções requer uma argila mais resistente. “A cerâmica é vital para mim, uma necessidade física. Ao mesmo tempo em que nos dá o poder de construir a forma, não temos o comando de tudo. É preciso paciência, porque as peças são frágeis.”

Há 15 anos, a artista participa da Feira de Artesanato, realizada duas vezes por ano, tradicionalmente antes do dia das Mães e do Natal. Durante muitos anos, a feira, que conta com a participação de vários ceramistas, acontecia no Mercado Distrital de Santa Tereza. Com seu fechamento, a feira migrou para o Mercado do Cruzeiro e hoje acontece na Escola de Guignard. A próxima feira, na sua 26ª edição, será de 7 a 9 de dezembro.

Erli Fantini ministra aulas de cerâmica em seu ateliê, à rua Quimberlita, 510. Mais informações: www.erlifantini.com.br e (31) 3461-2875.

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