Não se cale, denuncie a violência doméstica - Santa Tereza Tem
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Não se cale, denuncie a violência doméstica

Não se cale, denuncie a violência doméstica. A PM tem um setor para acolher as mulheres nessa situação perigosa pra suas vidas.

Pouca gente sabe que Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) conta, desde 2003, com um setor para tratar exclusivamente da violência doméstica contra as mulheres. É a Companhia de Polícia Militar Independente de Prevenção à Violência Doméstica (1ª Cia PM Ind PVD).

A Cia PM Ind PVD trabalha na prevenção criminal para combater o feminicídio e outras violências contra as mulheres especialmente dentro de casa. Com sede à Av Augusto de Lima 270, Centro, sua atuação tem como objetivo quebrar o ciclo da violência e coibir o agravamento das situações a que estão submetidas as vítimas.

Violência em números em MG

  • Foram registrados 122 casos de feminicídio em 2020 em Minas, entre janeiro e novembro
  • Mais de 134 mil denúncias de violência doméstica foram feitas no mesmo período
    (Dados da Secretaria de Segurança de Minas Gerais)

Não fique calada, denúncie!

O Santa Tereza Tem conversou com a tenente Bruna Lara, integrante da Cia que nos explica o seu funcionamento, pois nesse mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher,

STT: Quando começou a funcionar a cia e por que a PM decidiu criar uma Cia especial para a violência doméstica?
Ten. Bruna: A 1ª Cia PM Ind PVD foi criada e instalada no ano de 2017, mas o Serviço de Prevenção à Violência Doméstica (SPVD) já existe na Instituição desde 2003. O objetivo é ofereceu um atendimento mais humanizado às vítimas reais e potenciais. A partir do registro dos Boletins de Ocorrência, os casos são selecionados por gravidade e reincidência para que as Equipes possam ir até as vítimas e lhes oferecer o SPVD.

Atendimento

STT – Qual o contato pra o caso de denúncias ou pedido de socorro?
Ten. Bruna: As vítimas de violência doméstica devem acionar 190 no caso de emergência policial. Em caso de fatos ocorridos anteriormente, comparecer à Unidade de Polícia Militar mais próxima ou Delegacia Especializada, onde houver.

STT – Quais são os tipos de violência contra a mulher? Essa violência atinge também as crianças?
Ten. Bruna: A Lei Maria da Penha traz cinco tipos de violência doméstica: física, moral, sexual, psicológica e patrimonial. Dizemos sempre que a violência doméstica prejudica toda a família, pois gera consequências em todos os envolvidos no contexto, como é o caso dos filhos do casal.

STT – De acordo com os dados estatísticos você acha que houve um aumento da violência doméstica no último ano?
Ten. Bruna: Sempre devemos tomar cuidado ao lidarmos com os números. Já atendemos inúmeras vítimas que tem 30, 40, 50 anos de casadas. Essas vítimas relatavam episódios de violência desde o início do relacionamento. O fato dessa violência não ter sido registrada anteriormente não quer dizer que ela não ocorria.
Ela estava acontecendo, mas a vítima estava assustada, acuada e desesperançada demais, para pedir ajuda. Um de nossos objetivos é levar o conhecimento a todas as mulheres, para que possam se reconhecer dentro do ciclo da violência e entenderem que há uma solução, uma saída, e o aumento do número de registros poderá ser um importante indicador desse fortalecimento dessas mulheres.

STT – Você como mulher como se sente ao cuidar desses casos de agressão à mulher?
Ten. Bruna: É extremamente importante e engrandecedor poder participar do resgate da autoestima das mulheres, vítimas de violência doméstica. Poder perceber a transição pela qual ela passou no caminho de dificuldade é recompensador. Toda mulher possui uma força imensa dentro de si, elas só precisam ser despertadas, por isso, atuamos como instrumentos de Deus.

STT – Pela sua experiência com esses casos, a quais razões você atribui essa violência doméstica, seja contra a mulher ou os filhos?
Ten. Bruna: Infelizmente, a violência doméstica é algo cultural, onde, em muitos casos, o agressor não se compreende em uma situação de violência, assim como a própria vítima. Há uma repetição do padrão vivenciado com os pais que é passado de geração em geração. Por isso a importância do SPVD, que leva conhecimento e informação aos envolvidos, atuando diretamente na quebra do ciclo da violência doméstica.

Clique aqui e saiba o que é a violência contra a mulher, porque muitas mulheres não denunciam as agressões e como denunciar

Onde procurar ajuda e denunciar

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