Para Sempre, uma homenagem às mamães - Santa Tereza Tem
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Para Sempre, uma homenagem às mamães

Para Sempre, uma homenagem às mamães na poesia do poeta mineiro de Itabira, Carlos Drummond Andrade e na pintura de Di Cavalcanti

“Maternidade”, do pintor modernista brasileiro Di Cavalcanti, datada de 1942. Pinacoteca da Associação Paulista de Medicina

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
– mistério profundo –
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.

Carlos Drummond de Andrade

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