Novos passos estão sendo percorridos na luta pelo Mercado de Santa Tereza. Um deles é o início da consultoria contratada pelo Sebrae Minas para auxiliar a turma do Mercado Vivo + Verde a elaborar um estudo de viabilidade para a reabertura do local, que é de responsabilidade da Prefeitura de Belo Horizonte e está fechado desde 2007, no bairro Santa Tereza.
O Sebrae abriu licitação em maio para a escolha da consultoria que irá desenvolver o estudo e a empresa ganhadora é a Bangalô Produções, por meio da consultora Luciana Salles e sua auxiliar Daniele Fullan. As atividades já foram iniciadas e têm conclusão prevista para o final de outubro.
Desde março deste ano, o Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais) tornou-se aliado do movimento Mercado Vivo + Verde, que reúne moradores do bairro e representantes de segmentos como agroecologia, artesanato, artes cênicas, música, gastronomia. Representada pelo analista de projetos Renato Lana, a entidade coordena o processo de desenvolvimento de um Plano de Ações para o Mercado Distrital de Santa Tereza. O estudo envolve a viabilidade financeira, o pré-requisito para atender a exigência do prefeito Alexandre Kalil, para que a prefeitura possa confiar a gestão do espaço à comunidade. ( Reveja essa notícia)
Como define o termo de referência construído pelo Sebrae e pelo movimento Mercado Vivo + Verde para a contratação da consultoria: “O estudo visa identificar oportunidades para os empreendedores do entorno, valorizando a cultura local, gerando renda, inclusão social e tornando o Mercado um centro de referência e distribuição de produtos agroecológicos e da agricultura familiar em Belo Horizonte, propiciando o desenvolvimento econômico social e sustentável na região, além de recuperar o Mercado como ponto de convivência para a comunidade de Santa Tereza e da capital”.
O primeiro contato das consultoras com os representantes dos coletivos, que reivindicam a reabertura do Mercado Distrital de Santa Tereza, foi na última segunda-feira, 26 de junho (foto), durante a assembleia geral do movimento Mercado Vivo + Verde, realizada no MIS Cine Santa Tereza. Elas aproveitaram para ouvir as pessoas envolvidas e entender melhor a demanda. “É um grande desafio traduzir o desejo de uma comunidade tão engajada, politizada, apaixonada pelo bairro e pelo Mercado de Santa Tereza”, expõe Luciana Salles.
Antes de irem à reunião, elas avaliaram o histórico de ações do movimento, que nasceu a partir da luta pela preservação do uso público e reabertura do Mercado de Santa Tereza. Também apreciaram o projeto Mercado Vivo + Verde, construído a partir de 2013 pelo Salve Santa Tereza e coletivos que se juntaram à causa no último ano, originando o movimento de mesmo nome.
“O grupo é convicto na defesa da não institucionalização do espaço em detrimento de um modelo comunitário. Será um desafio chegar a um plano de viabilidade, mas o faremos sabendo que há uma pedra fundamental neste projeto: a coletividade. Tenho certeza que vai dar pra fazer um trabalho muito legal!”, planeja Luciana Salles.
“Já foi possível perceber que há uma identidade bem forte entre os participantes, no que diz respeito ao que querem e o que não querem. A consultoria vai ajudar a definir o que é viável, dentro das propostas construídas por eles”, estima Daniele Fullan.
Luciana Salles é graduada em Comunicação Social e pós-graduada em Planejamento e Gestão Cultural. Extensão em “Gestão de Espaços Culturais” e em “Competências Criativas para a Cultura”. Foi diretora da Bangalô Produções por 12 anos e, atualmente, é consultora da empresa.
Atuou em projetos e instituições como: assessora de comunicação e cultura do Museu Histórico Abílio Barreto, implantação do Museu de Artes e Ofícios, implantação do Museu Clube da Esquina – Centro de Referência da Música de Minas, curadoria e produção de projetos como Vale na Praça, Sabará Musical, Trem das Artes MRS, Conexão VIVO, Bienal Brasileira de Design, No Inimá – Música e Artes, Festival Natura Musical dentre outros.
Foi professora de Gestão Cultural na Universidade Estácio de Sá. Foi produtora artística da Semana de Minas Gerais em Piemonte, Itália. Foi membro da gestão nacional do programa Conexão Vivo, tendo coordenado o braço do programa na Bahia em 2011. Compõe o quadro de consultores e palestrantes do SEBRAE MG . De 2013 a janeiro de 2017 foi responsável pela programação cultural e ação educativa do Circuito Liberdade.
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