A Feira Grátis Gratidão, realizada sábado, 22, trouxe uma doação inusitada para a Praça Duque de Caxias: um piano. A doação foi feita pelo músico Gabriel Guedes, que trouxe o primeiro piano usado e, seu bar, o Godofredo Bar Musical, aqui no bairro, e deixou na praça para quem souber e quiser tocar.
Gabriel pretende colocar um piano em cada praça. O primeiro ele deixou na Avenida Bernardo Monteiro, debaixo dos Fícus. “O objetivo é levar a música para todos e não há lugar melhor que as praças” explica ele..
O piano foi preso ao tronco de uma árvore por uma corrente com cadeado e a chave, Gabriel jogou fora. Ele colocou um cartaz ao lado de um plástico preto dizendo que o instrumento é de todos e o cuidado também. E um aviso: “quem tocar por último joga a com a lona.”
Quem chegava e sabia tocar tomava assento. O som ecoou solto pela praça, os casais dançavam., enquanto o piano era decorado com desenhos e mensagens por crianças e adultos.
Elio Domingos Neto, geógrafo e músico, aproveitou para animar a tarde, tocando um repertório variado. Ele conta que foi morador do bairro, mudou para o União e que agora está em processo de volta ao Santa Tereza. “Santa Tereza não é o melhor lugar de BH, mas do mundo. Não é em qualquer lugar que em uma tarde, em uma praça tranquila, a gente pode escutar Gabriel Guedes tocar Chopin.”
Nilton de Souza Oliveira e Maria Helena não cansaram de dançar. Eles vieram almoçar e chegaram à praça para conhecer a Feira Grátis Gratidão. Ouviram a música se depararam com o piano e com o artista de Santa Tereza, Bezinho, tocando. “A música funcionou como um imã e agora estamos aproveitando para dançar um pouco”.
O casal Luis e Luciana mora no bairro. Eles vieram trazer o filho João Pedro à praça e aproveitaram para curtir a música. “Esta iniciativa é ótima. É um incentivo à cultura e desperta a arte e a sensibilidade nas pessoas. É coisa de Santa Tereza”, comenta Luis.
A menina Laura, do Floresta, veio com os pais, brincar na praça. Aluna do Colégio Logosófico canta no coral infantil da escola e, além de curtir a música, colocou cor no piano, colaborando na pitura. “É muito legal” diz ela. Seu pai, Flávio Grossi comenta que sempre vem à praça e almoça no Bolão e que foi uma surpresa o piano amarrado à árvore. “É uma boa ideia.”, diz.
Bom, quem tocar por último, jogue a lona.
