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Abrapalavra: histórias que os avós contavam

Santa Tereza guarda tesouros culturais na maioria das vezes desconhecidos pelos moradores e por Belo Horizonte, apesar de muitos deles desfrutarem de reconhecimento internacional. Um exemplo disso é o grupo “Abrapalavra”, com sede no bairro, que representantou o Brasil no   4º Encontro Internacional de Oralidade do Paraguai, realizado entre 17 e 22 de setembro. Lá o grupo, que resgata o ofício de contar histórias, apresentou o espetáculo: “Travessia: histórias recolhidas no Brasil e América Latina.”

O Abrapalavra é formado pela narradora  Aline Cântia, o  músico Chicó do Céu e  os artistas das artes visuais, Davi Fuzari e Marco Gonçalves. Os quatro uniram a criatividade e habilidades artísticas d cada um para, de  uma forma muito peculiar, contar histórias.  Mas que histórias são essas? Ou melhor, como começou essa história?

Quem conta é Aline Cântia.   Tudo começou com ela, ainda criança, ouvindo as histórias que os avós lhe contavam e que a deixava sempre emocionada. O tempo passou, ela cresceu, formou-se em jornalismo, fez  doutorado em educação, mas acabou  dedicando-se a narrar histórias, como faziam os avós.

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Aline trabalhava sozinha até que conheceu o músico Chicó do Céu, quando estudava na Una. “Vimos que tínhamos a mesma preocupação de preservar a memória, as histórias e começamos trabalhar juntos.”, diz ela. Em 2007, saíram a pesquisar as histórias do interior brasileiro. Viajaram por três meses do Pará à Bahia, trocando com as prefeituras hospedagem e alimentação por apresentações artísticas e oficinas de arte na área rural.  Então, como bons contadores, sabiam também escutar. Assim, ouviam e guardavam os casos contados pelos moradores desses lugares.

Na volta se profissionalizaram, conseguiram ser contemplados em editais e  começaram a se apresentar, ela narrando histórias e Chico entrando com a música. “Buscamos uma estética em que não usamos nenhum adereço, apenas a palavra. Nesse período de sete anos juntos, eu e o Chico, já contamos muitas histórias, viajamos, pesquisamos para  formação de repertório e participamos de alguns eventos no exterior. Fomos ao Chile, Itália, Cuba, Venezuela, Costa Rica, Argentina, Tunísia e agora ao Paraguai” relata Aline.

Nessas andanças, além da troca de saberes, a dupla fez oficinas para as comunidades visitadas, como por exemplo, para as mulheres, que participaram da “Primavera Árabe” na Tunísia e agora no Paraguai, a pedido do governo, eles realizaram um trabalho com mulheres indígenas de diversas etnias para resgatar suas histórias.

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Depois de trabalhar esses anos em dupla, transformaram-se em um quarteto, unindo, além da palavra e da música, o vídeo e a fotografia de Davi Fuzari e Marco Gonçalves, o Laboratório Filme, em uma nova linguagem artística. Durante as apresentações é feita a projeção de imagens na tela, nos corpos, que ajudam as pessoas a entrarem ainda mais no universo da imaginação. “Por exemplo, se falo de um rio, o rio é projetado sobre mim”, explica Aline.

Vamos ouvir uma história do Abrapalavra no vídeo abaixo.

Contato com o Abrapalavra podem ser feitos pelo Facebook ou pelo e-mail;   alinecantia01@gmail.com

Fotos e vídeo: Laboratório Filmes/ Marco Gonçalves e Davi Fuzari

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