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O Mago dos aromas

Mago dos aromas é como se autodenomina o Léo, que produz incensos em seu ateliê em Santê

*Reportagem e fotos Marlyana Tavares

Santa Tereza é um bairro curioso, onde tem espaço para todas as artes e habilidades, como os incensos terapêuticos feitos pelo Leonardo Lucas Dutra Dias Lobo, da turma dos nascidos e criados em Santa Tereza.

Músico e vocalista da Banda Berimbrown, estudante de Jornalismo, Leo, 35 anos, pai do Bernardo, de 11, viu aflorar, pouco antes da pandemia de Covid, mais uma habilidade. Turbinou sua curiosidade sobre as terapias holísticas, fez cursos na área e se encontrou na produção de incensos terapêuticos. 

Nasceu então a Incensaria Lobo, que só faz crescer, com o interesse cada vez maior de clientes por produtos fabricados de forma totalmente artesanal e ingredientes absolutamente naturais.  Ele produz incensos terapêuticos de três tipos, produzidos literalmente em cada fase da Lua. 

Lua e ervas naturais

Se o astro é Minguante, o protagonista é o alecrim, junto com a sálvia, a resina Breu Branco amazônico e outros ingredientes. “O Lua Minguante (alecrim), um dos mais procurados, é um incenso mais herbal, de forte limpeza energética, um saravá aromático”, diz o aromaterapeuta, que costuma se chamar, brincando, de “o mago dos aromas”. Não sem razão: ele mistura a sabedoria da aromaterapia, os humores da Lua, e a força e sabedoria atribuídas por xamãs ao Lobo, presente em seu nome.

Na Lua Nova, as boas vibrações são garantidas pelo Olíbano e a Umburana – o incenso, mais intenso, exala um aroma mais adocicado, “muito bom para aqueles dias que você está pra baixo, ou mais introspectivo. Funciona como um abraço revigorante, firma a alegria”, diz Leo. 

O mais novo é o Lua Crescente, feito com Canela, com grande propriedade estimulante. Usada como tempero, a canela tem forte poder condutor espiritual. “Pode ser usado para nos inspirar e direcionar a intensas mudanças nos padrões vibratório ”, afirma o incensoterapeuta.

De fato, se segundo a crença popular ,soprar canela no primeiro dia de cada mês é bom para garantir prosperidade, quem dirá queimar um incenso. E para representar a Lua Cheia, ele programa um novo aromatizante terapêutico  com uma resina que vem do Oriente,

Herança de vó

Os aromatizadores são feitos com uma mistura de carvão, resinas, óleos, especiarias e ervas de cura. O fato de serem confeccionados com materiais naturais tem uma grande importância, uma vez que os produtos normalmente encontrados no comércio contêm grande quantidade de substâncias nocivas à saúde. Além disso, quem leva para casa um exemplar da Incensaria Lobo carrega as melhores vibrações do criador: ”São incensos de intenção, rezados. Quando os faço já coloco toda uma proposta ali”.

Foi com a avó, Norma Elizabeth Dias Lobo, de 78 anos, que o rapaz sentiu os primeiros eflúvios de um aromatizante. Como boa católica, Norma queimava o Palo Santo (madeira que tem efeitos curativos, vendida em pequenos feixes) para limpar e proteger a casa. E, como na família também há integrantes que professam as religiões de matriz africana, Leo traz para seus incensos as ervas de cura ligadas aos rituais da umbanda e do candomblé.

Quase todas as ervas incluídas nos incensos vêm do quintal da casa onde Leo mora com os avôs (além de Norma, o avô Airton Lobo, de 80 anos), construída na Rua Epídoto há mais de 60 anos, pelo bisavô. A casa foi crescendo à medida em que a família aumentava e a fachada que é um mimo, típica do bairro. 

Santa Tereza é

Leo classifica Santa Tereza como “um bairro ótimo, onde todo mundo me conhece desde garoto, rico em cultura, boêmia, e uma fértil história musical, com o Clube da Esquina… Tudo isso caracteriza a região”, diz. Como músico e vocalista, ele se reconhece fruto de todas essas influências. Cresceu ouvindo o pai tocar violão e conta já ter um novo projeto musical na manga. Que venham as boas vibrações, com as bençãos da Lua e do Lobo.

Pedidos podem ser feitos pelo Instagram (www.instagram.com/incensarialobo) e pelo WhatsApp +55 31 9113-2833

*Marlyana Tavares é jornalista, foi repórter e editora por muitos anos no jornal Estado de Minas. É colaboradora voluntária do Santa Tereza Tem.

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