Com sol e chuva, os meninos do nosso bairro de Santa Tereza, zona leste da capital mineira, sonhavam. Sonhavam com liberdade, amor, amizade, harmonia e um tempo de esperança. Ali na esquina das Ruas Paraisópolis com Divinópolis, mais precisamente nas escadas da Paraisópolis, se reuniam pra tocar, cantar e prosear. Ouvir as canções dos Beatles, bossa nova e outras mais. Coisas da juventude de cabelos grandes e calças jeans.
E foi desses encontros informais, que surgiu o movimento musical Clube da Esquina, que identifica o povo mineiro por seu sotaque, jeito e beleza. Foi a partir dessa esquina que nasceram as diversas canções imortais, gravadas em discos, ainda de vinil, de Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes, Toninho Horta, Flávio Venturini, Márcio Borges, Fernando Brant, Ronaldo Bastos, Nelson Ângelo, Murilo Antunes e outros mais, que influenciaram uma geração de músicos pelo Brasil afora.
Em 2022, está sendo comemorado os 50 anos do Clube da Esquina, idade do álbum duplo “Clube da Esquina, que foi um marco para o movimento, que levou a música mineira pelo mundo. E isso não poderia passar em branco. E dentro das comemorações deste cinquentenário a Galeria de Arte do Centro Cultural Minas Tênis Clube apresenta, entre os dias 2 de fevereiro e 6 de março, “Viagem de Ventania – Trilha Sonora dos Tempos”.
Além dessa exposição, haverá ainda shows no Teatro, trazendo três gerações que irão mostrar um repertório que apresentará canções de Godofredo Guedes, passando por Milton, Tavinho Moura, Wagner Tiso, Beto Guedes, e outros, além de composições próprias e parcerias com grandes nomes do movimento.
Sob a concepção do compositor, escritor e integrante do Clube da Esquina, Márcio Borges, o espaço da galeria promove uma imersão em 12 canções do Clube da Esquina, por meio de objetos, projeções, luzes, cores e da própria canção.
“O Clube não pertencia a uma esquina, uma turma, uma cidade, mas sim a quem, no pedaço o mais distante do mundo, ouvisse nossas vozes e se juntasse a nós”, afirmou Milton Nascimento no prefácio do livro de Márcio Borges, “Os Sonhos Não Envelhecem – Histórias do Clube da Esquina”. E é assim que o Clube da Esquina é entendido. “Isso condiz em tudo e por tudo com a proposta desta exposição, que busca, talvez, a mais direta e sintética forma de homenagear o cinquentenário disco que fez fama e correu mundo”, explica o compositor e escritor Márcio Borges.
A exposição é uma verdadeira imersão, onde visitante será estimulado a fazer seu próprio mergulho, ou voo, num universo sonoro e poético. Em cada nicho, será possível ver e ouvir coisas e sons, percorrendo, escolhendo e viajando nas sensações que música e palavra podem evocar.
“Em projeções, mappings e jogo de luzes, fatos históricos e cine-atualidades construirão o pano de fundo visual em que cada tema abordado irá se enquadrar”, explica Márcio. Todo o desenho arquitetônico dos espaços foi construído por Gustavo Penna e Gustavo Grecco. As projeções foram desenvolvidas por Ricardo e Rafael Cançado, responsáveis pelo Studio Darklight. A mostra tem produção artística assinada por Cláudia Brandão e a produção executiva por Danusa Carvalho.
Na Galeria, o visitante vai passear como se estivesse dentro de um LP. “Eu só lembrei aos designers e equipes que a grande maioria de nossas canções surgiu para a eternidade, gravadas em elepês de 12 faixas de vinil A ideia era reproduzir uma ambientação, um clima de audição que havia entre nós quando lançávamos discos novos. Daí, a criatividade deles foi posta em movimento”, observa Márcio Borges.
Como parte da identidade mineira, o Clube da Esquina, segundo Márcio Borges, “sempre foi de quem ouviu nossas vozes e se juntou a nós”. Dessa forma, o convite para visitar e vislumbrar a imersão “Viagem de Ventania – Trilha Sonora dos Tempos” é feito no intuito de que se “escute tudo, perceba detalhes, não só com o ouvido material e histórico, mas com o coração batendo em consonância com o vibrato da guitarra e com o prolongamento da sílaba na voz do cantor, subindo a alturas celestiais com a suavidade das cordas que emolduram vozes, sorrindo com a sutileza da rara rima e da descoberta rítmica inusitada”, convida o compositor.
Para contribuir com imersão no som Clube da Esquina, o Centro Cultural Unimed-BH Minas criou uma playlist com canções do Clube em diferentes versões. A seleção musical pode ser acessada e ouvida no Spotify.
Serviço
Data: 2 de fevereiro até 6 de março de 2022
Horário: terça-feira a sexta-feira, das 10h às 20h, sábados, domingos e feriados, das 11h às 18h.
Entrada franca | Classificação: livre.
Capacidade: 30 pessoas por vez. É obrigatório o uso de máscara.
Como complemento da homenagem ao Clube da Esquina, o projeto Mistura Minas realizará três shows no Teatro, trazendo três gerações, mostrando canções de Godofredo Guedes, passando por Milton, Tavinho Moura, Wagner Tiso, Beto Guedes e outros, além de composições próprias e parcerias com grandes nomes do movimento.
Show Júlia Guedes
Musicista, compositora e cantora, Júlia é filha do músico Gabriel Guedes e neta de Beto Guedes.
Data: 3 de fevereiro, quinta-feira
Horário: 21h
Ingressos: R$ 15 (inteira) e R$ 7,50 (meia)
Classificação: livre.
Show Makely Ka e Érika Machado
Data: 4 de fevereiro, sexta-feira
Horário: 21h
Ingressos: R$ 15 (inteira) e R$ 7,50 (meia)
Classificação: livre.
Show Telo e Lô Borges no show “De irmão para irmão”
Data: 5 de fevereiro, sábado
Horário: 21h
Ingressos: R$ 15 (inteira) e R$ 7,50 (meia)
Classificação: livre.
É obrigatório o uso de máscaras dentro do Teatro.
Ingressos para os shows:
Os ingressos podem ser adquiridos na bilheteria do teatra de segunda a sábado, das 13h às 19h. A bilheteria funciona até 30 minutos depois do início do espetáculo. Formas de pagamento: dinheiro e todos os cartões de débito e crédito.
Horário de abertura da plateia para entrada do público: 30 minutos antes do horário da apresentação.
Mais informações: (31) 3516-1360
Endereço: Rua da Bahia, 2244 – Lourdes
Patrocínio Unimed BH
