Gente de Santê: a pintura e a música de Manoel de Pádua - Santa Tereza Tem
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Gente de Santê: a pintura e a música de Manoel de Pádua

Manoel de Pádua nasceu e cresceu em Santa Tereza e guarda boas lembranças do seu tempo no bairro, de onde se mudou aos 24 anos, após se casar com Graça Maria, da Rua Quimberlita. Ele mudou do bairro, mas seu coração nunca saiu daqui.

Aos 72 anos, apesar de aposentado, ainda continua firme trabalhando como representante de vendas e dá aulas de violão para complementar o salário, segundo ele, pois minha aposentadoria foi diminuída pela lei criada no governo do Fernando Henrique. Nas horas nas horas vagas, se dedica à pintura e à música.

Manoel de Pádua e seu inseparável violão

O coração está em Santa Tereza

Ele conta que “Nasci na Rua Bom Despacho, nos fundos da casa do Seu Bilú. Fui criado na Rua Divinópolis, 525, até aos 12 anos. Minha mãe era a Dona Naná. Frequentei muito a Igreja de Santa Tereza, aonde fui batizado, crismado, toquei no coral à época dos Padres Cornélio e Henrique e me casei com a Graça Maria, que estudava no Colégio Tiradentes”.

Santa Tereza para ele é sinônimo de amizade e família. “Fui criado ao lado da família do Luis Góes, que deu até casamento, pois Pedro, meu irmão casou com a Ritinha irmã do Luis Góes. Além disso, meus irmãos ainda moram no bairro, então a ligação continua”.

O casamento com Graça Maria em 1972

Manoel lembra dos jogos no campo do Minas, no final da Rua Divinópolis depois da linha ao lado da pequena comunidade chamada Pavuna.  E ainda das idas aos clubes de dança, o Santa Tereza, em cima do Bolão e o Clube dos 50 e ao cinema. O tempo passado na Praça Duque de Caxias com os amigos. E não esquece os então jovens músicos do Clube da Esquina, que ele sempre ficava observando, quando passava pela Divinópolis com Paraisópolis.

Apesar de atualmente morar no Bairro Jardim Leblon, ele diz “o coração tá sempre aí. Como poderia deixar de amar Santa Tereza?  

Manoel, artista plástico

Aprendeu as primeiras letras e desenvolveu o gosto pelo desenho no Grupo Escolar Gomes Pimenta, no Horto, ao lado do presídio das mulheres.  E esse dom do desenho ficou adormecido por um tempo, mas sempre é tempo de prática nossas habilidades e é o que ele faz agora.

Ele relembra que o jovem Manoel, aos 17 anos foi estudar desenho na Escola Politécnica de Belo Horizonte, à Rua Rio de Janeiro em frente ao antigo banco BEMGE.  E não parava de estudar e foi fazer o curso de vitrinista no SENAC.

Com essa experiência montei uma pequena estamparia de silk e também criava logomarcas para empresa. Mas o gosto pela pintura sempre se manteve. O artista comenta que “sempre gostei de arte e observava as obras dos grandes pintores. Então fui aprendendo a fazer o corpo humano, um pouco de arquitetura e perspectiva. Meus temas são mais o floral e barroco.

As pinturas não são vendidas, pois, segundo ele, comercializar a arte é difícil e, assim, prefere dar de presente ou doar para que sejam leiloadas em bazares de caridade. “Aqui não é a Itália ou França, não há uma valorização da arte”.

Manoel compositor

Aos 16 anos, comprou seu primeiro violão e aprendeu sozinho a tocar, observando as pessoas tocarem e nos manuais do Canhoto, Paulinho Nogueira e Almir Chediak.

Seu gosto musical é eclético, passando jovem guarda (Roberto Carlos), bossa nova (Tom Jobim, Menescal Nara Leão e João Gilberto), Clube da Esquina (Lô, Beto Guedes, Milton, Toninho Horta) e Beatles. E a influencia desses diversos estilos aparece em suas criações.

Um pouco da música do Manoel no vídeo abaixo.

Apesar de começar a tocar jovem, devido à falta de tempo e a não poder se dedicar ao instrumento, só após os 60 descobriu-se compositor. Começou com improvisos e então aflorou a veia criativa da composição musical. “É interessante, pois é só começar que as canções vão se formando. Tenho várias composições que ainda vou lançar. Faço tudo sozinho, o violão, percussão e a produção independente junto à ONERPM” explica o músico.

Manoel está com um novo projeto o  Bossa Nova Gospel, cujo álbum foi lançado pela ORPM para plataformas digitais como Spotfy e DEZZER.

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