Reportagem Isa Patto / fotos:arquivo pessoal
Bruna Martins, proprietária do Restaurante Birosca S2, é uma das participantes do reality Mestre com Sabor. Ela apostou no simples e saboroso para sua estreia e entrada no programa no time do também mineiro chef Leo Paixão.
Aos 31 anos, o gosto pela culinária começou em criança, vendo seus pais e a avó cozinhando. “Ficava encantada. Então meu pai montou na roça um pequeno fogão à lenha na minha casa de boneca. Era de verdade, com lenha mesmo. Assim a culinária se tornou uma paixão e acabou sendo o meu maior desejo profissional”, recorda
Estudante na faculdade de música, Bruna sempre estava envolvida de alguma maneira com a comida, vendendo brigadeiro, sanduíches e quando viajava com amigas era ela a cozinheira. “A culinária sempre fez parte da minha vida até chegar num momento em que eu senti a necessidade de fazer desse prazer um negócio. Então surgiu o Birosca S2”.
A história do Birosca S2 começou durante um passeio por Santa Tereza em 2013, quando Bruna, aos 22 anos, viu uma charmosa casa de esquina para alugar. “A casa era muito antiga e na época, com pouco dinheiro, garimpei muita coisa de segunda mão, então tudo no bar tem uma história. E nome do restaurante remete ao fato bairro ser antigo e cheio de biroscas, vendinhas que têm de tudo um pouco ”.
Bruna admira Santa Tereza, principalmente pela diversidade cultural, musical e vida boêmia. “Tenho muito amor e admiração por Santê, sou fã do Clube da Esquina e para mim é um bairro que diz muito da cultura mineira”, comenta ela.
Estudiosa e pesquisadora desde que começou o Birosca ela percebe sua evolução como chef. “Cheguei a fazer estágios em algumas cozinhas, mas o meu restaurante foi minha melhor formação. Desde o começo tento manter a essência de fazer uma comida afetiva, que gere lembranças”.
A participação no Mestre do Sabor começou ao receber a ligação de um produtor da Globo. “Eles têm olheiros que garimpam chefs para o programa. Então conheceram meu trabalho e me convidaram”, explica ela.
O prato que garantiu sua vaga no reality foi o “Cupim do Bisrosca”, carro chefe do restaurante. É o cupim de panela de pressão, glacê de café, broa de fubá de milho crioulo com queijo canastra, mini milho fresco e beldroega.
Bruna explica que “O prato é inspirado em duas grandes bases afetivas minhas, familiar e cultural. A primeira é a carne cozida com gostinho de queimado feita pela minha avó materna. A broa e o cafezinho representam a hospitalidade, regionalismo e simplicidade da cultura mineira. Além dessas fortes inspirações, o cupim é um corte de segunda, servido no restaurante desde a abertura. É o carro chef da casa e diz muito sobre minha trajetória, meu processo de formação e resistência na cozinha feminina”.
Durante o programa, segundo ela, os participantes vivenciam nervosismo e stress. Isolados em um hotel , só saem para fazer as rápidas e complexas provas e ainda os chefs do programa são exigentes. Portanto, trabalham o tempo todo sob pressão. “Minha expectativa com relação ao programa claro que é de ganhar, mas só de participar e experimentar a troca que vivenciamos entre todos os chefs participantes já é muito rico”, concluiu.
Como a maioria dos bares e restaurantes, o Birosca S2, vem se equilibrando, ora para um lado, ora para outro, enfrentando dificuldades por conta da pandemia. Quase fechou, segundo proprietária, pois os custos fixos continuam os mesmos e o apoio do governo não é suficiente.
“Essa pandemia é uma das coisas mais tristes e difíceis que já vivi profissionalmente e ando numa corda bamba com medo de ver tudo acabar. Como dizem, vendemos o almoço para pagar a janta. No momento estamos funcionando prensencial para almoço de quinta a sábado e delivery aos domingos. Também estamos nos mantendo com projetos paralelos com a vendas de encomenda ”.
