Passeio pelas ruas de Santê VI - Santa Tereza Tem
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Passeio pelas ruas de Santê VI

Texto e fotos: Eliza Peixoto
Fonte: Os Caminhos do Bairro Santa Tereza , Luis Góes

O passeio pelas ruas de Santê prossegue com as três últimas ruas começadas pela Letra “C”, Clorita, Conselheiro Barbosa e Conselheiro Rocha.

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Rua Clorita

É uma rua pequena, com apenas um quarteirão, sem comércios. Na rua fica o empreendimento das problemáticas “torres gêmeas”, que durante 30 anos traz muita dor de cabeça aos moradores da rua.

Se tirar as “torres” é uma verdadeira rua do interior, com calçamento pé de moleque e casas com jardins.

Sobre as torres

A construção, iniciada na década de 80, é um dos últimos arranha céus levantados no bairro, pois logo depois foi aprovada a Lei da Área de Diretrizes Especiais (ADE) do bairro na década de 90. Com a falência da Incorporadora e Jet Engenharia ICC responsáveis pela edificação, ficaram os esqueletos da obra, que foram ocupados por 170 famílias em situação de vulnerabilidade social.  

À época os moradores da área comentam que o local chegou a se tornar ponto de venda de drogas, o que fez tornar comum a presença de policiais realizando revistas e rondas. Após um incêndio, o local foi desocupado e posteriormente leiloado. Em 2018, a Construtora Veredas começou a recuperação e a venda dos apartamentos, cuja previsão para entrega era em 2019. Mas até o momento continua tudo dantes como no quartel de Abrantes.  

O que é clorita

Clorita é uma pedra apreciada principalmente na china.  Os principais garimpos deste mineral raro ficam em Minas, na região de Curvelo, Corinto, Diamantina, Inimutaba. O nome popular entre os garimpeiros varia de “Verde” Lodo verde, bagulho, bagulhão e rola verde.

Dizem que é um cristal potente para a cura física, pois atua na purificação da aura, dos chacras e dos meridianos. Pode ser usado para limpeza do ambiente. Dissipa a energia negativa, alivia a raiva, irritação e a frustração. A Clorita pode ser transportada no bolso, usada como joia.

Rua Conselheiro Barbosa

A Rua Conselheiro Barbosa começa na Rua Amianto, 171 e finda na Rua Capitão Bragança, 236.  O nome e a criação a rua datam de Lei nº 1699, de 03 de julho de 1969. Seu nome anterior era Oligisto.

Manacá da Serra sempre florido

É uma rua de três quarteirões, sem nenhum comércio, sendo apenas residencial, cortando as Ruas Barão de Saramenha e Paraisópolis.  

No início, esquina com Rua Amianto

Para a sua abertura, o então prefeito Luiz de Souza Lima, em 1969, autorizou a permuta de parte do lote 32, da ex-colônia Américo Werneck, com área de 365 m2, de propriedade da prefeitura, pelo terreno de propriedade de Gustavo Schirm, com área de 368m2, necessário à abertura da Rua Conselheiro Barbosa, entre as Ruas Paraisópolis e Capitão Bragança.

Está indicado para tombamento o imóvel de número 26. Pouco arborizada, destaca-se um lindo pé de manacá da serra, quase sempre florido.

Curiosamente no bairro Salgado Filho há também uma rua com este nome e por incrível que pareça não conseguimos nenhuma informação sobre o tal Conselheiro Barbosa. Se alguém tiver alguma informação passe para a gente completar a matéria.

Rua Conselheiro Rocha

A via começa na Avenida Assis Chateaubriand, 729, no Bairro Floresta, passa por Santa Tereza e termina logo depois da Avenida Silviano Brandão, já no Horto, perto da Avenida dos Andrada, onde fica o Supermercado Apoio.

Já teve o nome de 1º de Novembro e foi criada pelo Decreto nº 43 de 07/09/1929.  É uma das mais extensas ruas do bairro, sendo interrompida em vários trechos para o tráfego de veículos. E na esquina com Rua Perite, a gente pensa que ela acabou, mas não, segue em frente até o Horto.

Mapa com a Rua Conselheiro Rocha
Mapa da Rua Conselheiro Rocha, paralela à Avenida dos Andradas em Santa Tereza- Google map
Esquina com Rua Paraisópolis

Nela estão a Estação do Metrô Santa Efigênia, onde tem uma pracinha, na Vila Dias. Na Estação do Metrô Santa Tereza a rua dá passagem apenas para pedestres.

Em Santa Tereza, na Rua Conselheiro Rocha fica a Vila Dias, onde está a Estação do Metrô Santa Efigênia, trecho em que fica a antiga Fábrica de Pregos, a sede do GASS (Grupo de Apoio Social Solidariedade), ONG, que atende a crianças e adolescentes das Vilas ao redor e Campo de Futebol do Clube Santa Tereza.

Chapéu de Napoleão

Nesta área, entre a Fábrica de Pregos e o campo e em frente à Vila Dias, está um terreno, chamado de “Chapéu de Napoleão” pertencente à Construtora PHV.

Lá já se falou em construir a maior torre da América Latina, projeto, que depois de muito protesto da comunidade foi engavetado. Isso em 2013. Depois, em 2017, surgiu a ideia da construção de três torres comerciais, com altura média de 80 metros e 20 andares cada, com acesso pela Avenida Andradas e pela Rua Conselheiro Rocha. Também razão de questionamentos do Movimento Salve Santa Tereza e da Associação Comunitária.

Isso porque, além de promover um alargamento da rua, poderia trazer problemas para os moradores da Vila Dias. Outro ponto é que a altimetria das torres violaria um item do dossiê de proteção do bairro previsto no processo de tombamento, onde diz que nenhuma construção poderá tampar a visada da Serra do Curral que se tem do bairro Santa  Tereza.

Outra questão, segundo os especialista em urbanismo, é que as torres, criariam uma barreira física, impedindo a passagem do vento. E o espelhamento do sol, gerado pelo revestimento de vidro, ocasionaria o aumento da temperatura, deixando o bairro mais quente e abafado.


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Mais à frente está a Casa de Circo Gamarra, que conta com um pequeno teatro e ministra aulas de teatro, palhaçaria e malabarismos.

Seguindo vem a quadra do Planeta Gol, que antes da pandemia foi motivo de muita reclamação dos moradores próximos, já que se transformou em um espaço para shows e festas.

Seguindo o trajeto tem o Centro Espírita Fundação Caminho Verdade e Vida, que dá assistência a pessoas em risco de rua. Vizinho vem o tradicional Bar do Orlando, talvez o mais antigo de Belo Horizonte.

Casa Circo Gamarra na Vila Dias

Nesse local fica a Praça Ernesto Tassini, ponto de encontro de blocos de carnaval, capoeiristas e manifestações da cultura popular.

 Grande parte da via margeia a linha do Metrô, onde há um extenso muro, em sua grande parte coberto pelas obras de arte urbana do projeto TAU (Território de Arte Urbana) e Muro dos Poetas, próximo ao bar do Orlando, onde podem ser lidos poemas de vários autores grafado no concreto.  

Caminhando mais um pouco, tem a Pracinha Joaquim Ferreira da Luz, onde fica o imóvel de número 2845 indicado para tombamento. Nessa casa, construída a cerca de quase 100 anos, fica o ateliê do pintor Antonio Castelo Branco.

Logo depois desta pracinha, a rua vai se estreitando e é interrompida na esquina com a Rua Perite. A partir daí prossegue até o Horto.

Quem foi o Conselheiro Rocha

O nome é uma homenagem a José Joaquim da Rocha, nascido em Mariana, em 1777. Foi um advogado e político, diplomata e um dos artífices da Independência do Brasil

Na corte, ligou-se ao grupo dos Andradas e foi um dos articulares do Dia do Fico, em 9 de Janeiro de 1822, que precedeu ao grito da independência.

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