O concreto do muro do metro começa a ganhar mais vida com o trabalho dos artistas selecionados pelo TAU (Território de Arte Urbana), que propõe trazer a arte para a rua. No lugar do cinza, o amarelo, o azul, vermelho, preto, marrom, enfim tons diversos preenchem as obras, que estão sendo criadas pelos artistas.
O artista Helder Cavalcanti, morador de Santa Tereza, à Rua Bom Despacho, suas pinturas parte de em cenas cotidianas que ele presencia em suas caminhadas pelo bairro, que ele considera ser ideal para viver. “É um bairro tranquilo, tem praças, tem muito convívio entre as pessoas e rola sempre uma interação entre os vizinhos. Seu trabalho é baseado em uma cena do encontro de dois amigos em uma padaria que ele presenciou. Ele modificou representando o encontro de um senhor com ele mesmo.
Caio Ronin, de Santa Luzia, conta que seu trabalho traz um personagem com uma xícara de café caindo. Ele explica que a obra traz uma reflexão dos fenômenos que acontecem além da nossa vontade, uma coisa externa, um acidente. “Traz a reflexão de como lidar com isso. De a prender a ter mais tolerância com os imprevistos. A vida é uma sucessão de coisas acontecento e temos dois caminhos, aceitar e conviver com essas coisas ou se frustrar. Mas independente de aceitar ou não o imprevisto vai acontecer.
Ele observa que os artistas estão tendo uma ótima recepção por parte dos moradores, que param pra ver, conversar e fui até convidado para fazer uma parede em uma casa na Conselheiro Rocha. “
Zé do Nilson, da região da Lagoinha, está bem no início. Ele está fazendo uma paisagem, misturando barro e a natureza, representando o crime da Vale em Brumadinho, que cobriu de barro (lama) casas e gente. Seu trabalho é feito no rolo e trincha, sem uso do spray. Ele já fez os traços e falta fazer o preenchimento, já que o trabalho é alto relevo.
Bel Morada pinta um pouco do que gosta de fazer, casas, daí o seu nome Belo Morada. Ela explica que “meu trabalho aqui no muro tem muito a ver com o bairro que ainda tem muitas casas”.
João Gabriel usa cores fortes como o laranja em sua obra que segundo ele representa a força da mulher, especialmente da mulher negra.
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