Na esquina outra vez - Santa Tereza Tem
Logo

Na esquina outra vez

Na esquina outra vez, o inusitado em Santê

Dona Lourdinha Toffani

“Estava indo à igreja, quando vi essa beleza de cantoria, parei e deixei pra ir à missa no domingo. É muito bonito ver essa esquina movimentada. Moro há 84 anos em Santa Tereza, eu sou mais velha que a igreja, e essas surpresas fazem parte do bairro, desde que eu era pequena”. Assim, dona Lourdinha Toffani, moradora da Rua Divinópolis comentou sobre a música que estava acontecendo na esquina das Ruas Divinópolis com Paraisópolis, que começou no meio da tarde e terminou às 22h, sob protestos do público, praticamente formado por moradores das ruas próximas.

O inusitado encontro musical, na famosa esquina do bairro, foi promovido por Gabriel Guedes, músico da segunda geração do Clube da Esquina. “A esquina está abandonada e triste, não tem nem uma plantinha pra alegrar o lugar. Como ganhei este velho piano, que ia para o lixo, pois não tem mais recuperação, trouxe pra cá. Aqui é um bom lugar pra ele terminar os seus dias. A gente pintou o piano, eu trouxe um teclado e comecei a tocar. As pessoas foram chegando, a notícia correu e outros músicos, moradores do bairro, vieram também. Nada programado,” explica Gabriel Guedes.

O improviso contou com a participação das cantoras Thelma Rosa, Bianca Luar e dos músicos Flávio Moura, o jovem Marck, Rai Medrado, Bruno Malagutti e o coral formado pelo público, na grande maioria, vizinhos, que foram chegando devagarinho.

telma rosa
Cantora Thelma Rosa

 A cantora Thelma Rosa, também moradora do bairro, aplaude a ideia das pessoas se juntarem para tocar e cantar. “É aconchegante e faz quem viveu aquela época rememorar. É muito bom participar dessa alegria coletiva,” diz ela.

O casal Flávia Julião e Juarez Dayrell, moradores da Rua Dores do Indaiá, vieram ver que música legal era aquela, cujos acordes chegaram até a casa deles. “Maravilhoso! Foi uma ótima ideia. Gabriel está de parabéns, pelos vários movimentos que ele tem feito, não só no bairro, mas na cidade, como os pianos nas praças, de levar a música e o conceito de cultura para a rua de forma simples e diferente,” comenta Flávia, que sabe de cor todas as letras e soltou a voz.

ivete
Ivete Campolina

Ivete Campolina, que tem um ateliê de artesanato, bordados e tricô (Ateliê da Pô) e mora à Rua Divinópolis, lembra que “Santa Tereza é isso aqui a vida inteira. Quando o pessoal se reunia aqui na esquina para cantar, eu e minha irmã, Beth, sempre vínhamos. Era a Solange Borges, o Yé, o Lô e muitos outros, que se encontravam aqui. O que me estranha é pessoas que faziam esse tipo de coisa, hoje, ficarem implicando com este movimento que é natural do bairro. Essa Santa Tereza sempre teve música e sempre foi assim e muito bom morar aqui”.

samir
Samyr Medef

Samyr Medef, o Samir do Quibe, mora pertinho da esquina, onde na sua garagem vende os quibes feitos por ele, uma receita de família. Ele também relembra com saudade os tempos, em que as crianças desciam a Rua Paraisópolis em carrinho de rolimã e os jovens se encontravam para conversar fiado e cantar. “A esquina hoje ganhou vida outra vez”, diz ele.

Segundo Gabriel, a ideia é que esse encontro aconteça uma vez por mês e no local será plantado um jardim com algumas ervas aromática, como hortelã, cebolinha e manjericão, entre outras. Não faltou que se prontificasse pra cuidar do jardim.

Coisas de Santê!

Marck e flavio moura
Marck, na flauta e Flávio Moura, na guitarra
esta copy
Na esquina outra vez

Mais fotos no álbum em nossa página do Facebook

Anúncios