Diabetes: como lidar - Santa Tereza Tem
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Diabetes: como lidar

Hoje, 14 de novembro, é o Dia Mundial do Diabetes, publicamos o artigo “Diabetes: como lidar”, da jornalista Letícia Assis, diabética, colaboradora do Santa Tereza Tem e especialista em Comunicação e Saúde pela Escola de Saúde Pública de MG.

Ela chega assim, sem você perceber. Silenciosamente. Você começa a ter muita sede e a urinar em excesso. Passa a ter mais fome, a ter indisposição, sonolência, visão embaçada, fraqueza. Ao mesmo tempo pode acontecer uma perda de peso acelerada e a cicatrização dos ferimentos passa a acontecer de forma demorada.

diabetesAs coisas ficam mais difíceis quando olhamos e estilo de vida que temos. Vivemos sem tempo, fazendo refeições cada vez mais rápidas e que apenas contribuem para uma alimentação desregrada, sem falar de como o sedentarismo prevalece nos tempos de hoje. Tudo pela sobrevivência, que no final das contas nos faz deixar de cuidar de nós mesmos.

É por causa de todas essas dificuldades que a doença Diabetes é tão difícil de ser diagnosticada, se desenvolvendo em nosso organismo e sendo notada apenas quando está em seu estágio avançado, o que dificulta muito o tratamento.

Em um país onde há cerca de 8 milhões de diabéticos e estima-se que metade deles não sabem que possuem a doença, é fundamental ficar atento aos sinais que o corpo nos dá, se manter bem informado e conhecer os sintomas dessa doença.

Diabetes não é como ter uma gripe, ficar de cama com febre, tossindo e se sentindo fraco, e aí você toma alguns remédios e daqui a 4 ou 5 dias já está bom. Ou como um câncer, que por mais que te corroa por dentro, você tem a esperança de que pode se curar. Diabetes é uma sombra que te acompanha pela vida inteira sem você perceber. Só vai sentir quando ela te pegar de surpresa.

Para entender a doença é preciso saber que glicose e insulina dependem uma da outra, ninguém sobrevive sem elas. A glicose é o combustível das células do nosso organismo. Adquirimos a glicose a partir dos alimentos que digerimos, que são transformados em glicose (açúcar) e chega às células por meio da corrente sanguínea.

Para entrar em cada uma das células e fornecer a energia necessária para que tudo funcione corretamente, a glicose precisa do hormônio insulina. Esta acompanha os altos e baixos níveis de glicose a que o corpo está sujeito. Nenhuma das duas pode sobrar ou faltar. O que ocorre no diabetes: há carência completa ou parcial de insulina. Resultado: o açúcar não tem como entrar nas células e estaciona no sangue.

O resultado de um mau controle da glicemia só pode ser visto com o tempo. Se um diabético opta em levar uma vida despreocupada, bebendo à vontade com os amigos, se alimentando de salgados, frituras, carboidratos e doces, sem fazer nem uma caminhada, provavelmente verá a consequência disso com o passar da vida.

Quando você percebe que sua visão já não é a mesma, que seu corpo já não responde como deveria, que a ferida não cicatriza há meses, já é tarde para reverter todos os danos que a diabetes te causou. O excesso de glicose no sangue por um longo período causa danos irreversíveis para o nosso organismo, como retinopatia, nefropatia, neuropatia, pé diabético, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, entre outros.

Triste, não é mesmo? A tendência é que o número de casos aumente cada vez mais se não houver uma conscientização geral sobre a importância da prevenção, que vem do cuidado que temos que ter com o nosso corpo e a nossa saúde. Mudanças de hábitos que devem ser levadas a sério no dia-a-dia.

Por isso que a melhor arma, não só contra o diabetes, mas contra a maioria das enfermidades, é a informação, a conscientização e o amor próprio. Querer cuidar de nós mesmos, se preocupar com a nossa saúde, com o nosso corpo, a fim de nos preservar das consequências que o nosso próprio desleixo pode nos causar. O estilo de vida desregrado não causa mal apenas para a pessoa diabética, mas também para a pessoa que não tem a doença, e é justamente esse desleixo que pode desenvolver em você o diabetes.

Embora não seja possível prevenir completamente o surgimento da doença, devido os fatores de risco (obesidade, ingestão de açúcar e gordura em excesso, sedentarismo, história familiar e herança genética, idade, stress, alcoolismo), há uma série de hábitos e de alimentos que reduzem esse risco.

Ame-se, cuide-se. Alimentação equilibrada, controle do peso e prática de exercícios físicos regulares podem auxiliar – e muito – na prevenção e no controle do diabetes. Viver bem é viver com saúde.

(*)Jornalista

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