Bares em Santa Tereza fechados temporariamente - Santa Tereza Tem
Logo

Bares em Santa Tereza fechados temporariamente

Os bares estão fechados, mas o otimismo dos donos, não

Para os santaterezenses tradicionais – bons de papo e zelosos boêmios – as portas dos bares fechadas, pouca gente nos passeios, lanchonetes e padarias não é uma cenas boa de ser ver. Mas pior, claro, seria um surto maior de doentes e falecidos pelo corona vírus. Então é isso. Menos movimento e mais isolamento é igual a menos doentes.

Mas, é visível que com a pandemia, a cara de Santa Tereza mudou completamente. Nunca tivemos um ar de solidão como agora, especialmente à noite. Os bares fechados, a boa música ao vivo, a agitação dos que visitam o bairro, tudo acabou.

No lugar da efervescência, temos portas fechadas e um silêncio inusitado.

O Santa Tereza Tem conversou com alguns donos de bares (aqueles com quem conseguimos contato) para ver como está a situação de cada e suas perspectivas.  Confira abaixo:

   Bar do Pedro

Pedro Lima, do Bar do Pedro, pode ser visto sentado no passeio do bar, à Rua Quimberlita. “Fico na porta do bar, só olhando a paisagem, a serra, pois o stress está muito. Cinco meses fechado e as contas estourando”, comenta.

“Paramos para fazer reforma depois do carnaval e logo que reabrimos veio a pandemia” continua o Pedro. Ele decidiu não trabalhar com delivery, pois acha que, na marmita, cai a qualidade da comida e acaba queimando o filme junto aos clientes. “E reabrir com o filme queimado complica”.

Pedro Lima

Diz ainda estar apreensivo com o futuro. “Não sei o que vai acontecer. O povo não tá com coragem de sair, tem medo de contágio. Muita gente, eu acho que não vai frequentar os bares enquanto não tiver uma segurança total. Mas espero que volte pelo menos 50% do público”.

Bolão

Karla Rocha, uma das proprietárias do Bar do Bolão, reforça que está cada dia mais complicada a sobrevivência, mas não impossível. “Nosso faturamento teve queda de 60%, mas com o delivery ainda estamos conseguindo nos manter. Dos 45 funcionários só demitimos três.  Enfim, enquanto houver venda, há esperança. Aguardando a autorização da prefeitura para a reabertura”.

 Estação Santê

O Estação Santé fica no Alto dos Piolhos. Fred, seu proprietário, comenta que “a situação é complicada, mas quem tem fé, tem tudo. Dificuldades sempre irão existir e não podemos nos entregar”.

E continua dizendo que o Estação Santê é referência no bairro e na cidade como um espaço de entretenimento e estará pronto para a reabertura dentro de todos os padrões que forem definidos pela prefeitura de BH e dentro dos padrões da OMS-Organização Mundial da Saúde.

BardaGabi

A Gabi do BardaGabi, que fica à Rua Silvianópolis, também mostra tristeza. “Ver o meu espaço vazio e de portas fechadas há quatro meses me traz uma angústia tremenda por não saber como serão as coisas e em quanto tempo tudo voltará ao normal… Se é que nosso considerado “normal” voltará algum dia”.

“Nada me deixaria mais feliz”, diz Gaby, “do que poder receber as pessoas novamente. Mas o momento pede calma. Estamos falando de uma pandemia e infelizmente ainda não temos segurança necessária para reabrir as portas sem colocar funcionários e clientes em risco. Estamos falando de vidas, de saúde. Quero reabrir meu bar sim! Mas quero poder ver os sorrisos além das máscaras e ter a certeza que estarei proporcionando momentos leves de descontração e alegria sem medo”.  

  Bar do Museu Clube da Esquina

“Como de todos os bares nossa situação não está fácil. Estamos com boletos vencidos e estoque alto de mercadoria. Alguns fornecedores aceitaram devolução da mercadoria, mas outros não teve jeito. Estamos nos reinventando”, diz a produtora cultural do espaço, Virgínia Câmara.

“Aproveitei a pandemia para estudar, lançamos a loja Bar do Museu com produtos com nossa marca. Agora vamos trabalhar com delivery, pois não dá mais para esperar. Outra coisa é, para o final do mês, produção de lives musicais, com possíveis captações de patrocínio. E ainda, para aproveitar o espaço, criamos o Estúdio Bar do Museu de gravação”.

Ela continua, “ou seja, estamos abrindo novos produtos e canais de venda. Ao mesmo tempo estou criando projetos culturais para o decorrer deste e do ano que vem. Assim, quando voltar o Bar presencial, vamos ter quatro novos produtos na casa. Vejo horizonte, apesar de toda dificuldade”.

          Bar do Orlando

O tradicional Bar do Orlando, segundo Orlandinho, que está na direção do local, está usando as economias feitas durante o período antes da pandemia pra enfrentar o fechamento. “Além disso, diz Orlandinho, não temos muitos funcionários, o que facilita pra gente, mas para outros estabelecimentos, deve sim estar complicadíssimo. Não vendo a hora disso tudo passar”.

La Crepe

Elias, proprietário do Restaurante La Crepe, comenta que “minha situação é a mesma de todos, de calamidade. Casa fechada com as contas chegando, mas é um quadro geral no comércio. Vamos aguardar a reabertura e enfrentar o que virá”.

Espeto da Esquina

Pedro Henrique Castro comenta que está há seis anos na Quimberlita com Bom Despacho e sua maior dificuldade é ter feito um investimento grande para aumentar o espaço, reinaugurado em outubro de 2019, apenas seis meses antes da pandemia. Segundo ele, está difícil, mas a proprietária do imóvel fez um desconto de 50 no valor do aluguel e estamos sobrevivendo. Alguns estão mais tranquilos, porque não pagam aluguel ou não têm funcionários. Temos 10 funcionários que estão sendo mantidos”.

Ele observa que “quando reabrir, o movimento no início não fazer nem perto do que era, mas não se perde a fé. Estamos trabalhando com delivery para amenizar e vamos nos reinventando. Vamos sobreviver a isso.  Estamos com esperança na reabertura, vamos colocar menos mesas, com mais espaço e esperamos que o público abrace essa volta”.

Bar Bocaiuva

Alexandre, responsável pelo Bar Bocaiuva, comenta que são 45 anos de histórias em de Santa Tereza. E com quatro meses de portas fechadas aproveitou para dar uma reformulada no espaço.  “Estamos esperando para reabrir nossas portas e receber os clientes e amigos que fazem nossa história. Estamos na expectativa de reabertura e de fornecer a todos o atendimento de companheirismo, amizade, porções, cerveja gelada. Que todos possamos aproveitar a alegria de estar próximos brevemente”.

Anúncios