O samba tomou conta da Praça de Santa Tereza - Santa Tereza Tem
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O samba tomou conta da Praça de Santa Tereza

O samba tomou conta da Praça de Santa Tereza na noite deste sábado

O projeto Minas ao Luar, promovido pelo Sesc MG, trouxe o samba à Praça Duque de Caxias, onde a Velha Guarda do Samba de Belo Horizonte, a Velha Guarda da Portela, a Banda Canta Brasil e o Coral Puer Singers levaram o público ao delírio.

Minas ao Luar: alegria toma conta da Praça

Pessoas de todas as idades dançando e cantando mostraram que o samba, apesar do seus cem anos, ainda está na moda e faz parte da cultura musical do brasileiro. O Clube da esquina também foi lembrado pelo Coral, que cantou Milton Nascimento e Fernando Brant, além de sucessos do sambista paulista, Adoniran Barbosa. Bom ver e ouvir, jovens cantores e músicos interpretando a genuína música brasileira. O jovem maestro Paulo Ricardo, dirigente do coral, fez questão de lembrar que não poderia deixar de apresentar o Clube da Esquina.

A Banda Canta Brasil fez apresentação separada e depois acompanhou a Velha Guarda do Samba de Belo Horizonte e não houve quem conseguisse ficar parado.

E no final a Velha Guarda da Portela deu um show à parte, tendo à frente o decano do samba carioca, o sambista Monarco, autor de vários sambas enredos da escola.

A alegria, que começou às 8h30 e terminou às 24h, mostrou que “a felicidade mora em Santa Tereza”. Agradecimentos ao Sesc-MG, que pode repetir a dose, pois o Minas ao Luar, como pode ser constatado, é sempre bem vindo em Santê.

Confira as fotos no Álbum – Minas ao Luar, em nossa página do Facebook

Considerações

Apesar de tudo ter corrido como manda o figurino, duas medidas, que como moradora do bairro considero  importantes na realização de próximos eventos na Praça, que foram feitas durante o carnaval e que funcionou bem:

1 – A Rua Mármore precisa ser fechada da esquina da Adamina  até à Tenenente Durval para o trânsito de veículos. Pode ser desviado para a Rua Eurita. O movimento de pedestres é grande, os bares ao longo da rua colocam cadeiras e mesas no passeio e as pessoas têm de andar no meio da via com  sério risco de atropelamentos.

2 – O ponto de táxi em frente à Praça pode ser deslocado para a Rua Salinas, facilitando não só para os motoristas, mas também para quem vai pegar o táxi.

Porque o centenário do samba

Apesar da comemoração em Santa Tereza ter sido no dia 26 de março deste ano,  o centenário do samba aconteceu em 27 de novembro. Isto porque a partitura da canção “Pelo Telefone”, de Donga, foi registrada no Departamento de Direitos Autorais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, nesta data, em nome de Ernesto Joaquim Maria dos Santos, o Donga, na época um compositor de apenas 26 anos. E no carnaval de 1917 foi sucesso entre os foliões.

Donga criou o samba em 1916, durante uma roda na casa de Tia Ciata. De acordo com o Dicionário da Música Popular Brasileira, do historiador Ricardo Cravo Albin, desde o lançamento da música, várias pessoas reivindicaram a autoria, já que era comum que os participantes de rodas de samba fizessem improvisações.

Pelo Telefone

Donga

O chefe da folia
Pelo telefone manda me avisar
Que com alegria
Não se questione para se brincar

Ai, ai, ai
É deixar mágoas pra trás, ó rapaz

Ai, ai, ai
Fica triste se és capaz e verás

Tomara que tu apanhe
Pra não tornar fazer isso
Tirar amores dos outros
Depois fazer teu feitiço

Ai, se a rolinha, sinhô, sinhô
Se embaraçou, sinhô, sinhô
É que a avezinha, sinhô, sinhô
Nunca sambou, sinhô, sinhô

Porque este samba, sinhô, sinhô
De arrepiar, sinhô, sinhô
Põe perna bamba, sinhô, sinhô
Mas faz gozar, sinhô, sinhô

O peru me disse
Se o morcego visse
Não fazer tolice
Que eu então saísse
Dessa esquisitice
De disse-não-disse

Ah! ah! ah!
Aí está o canto ideal, triunfal
Ai, ai, ai
Viva o nosso carnaval sem rival

Se quem tira o amor dos outros
Por deus fosse castigado
O mundo estava vazio
E o inferno habitado

Queres ou não, sinhô, sinhô
Vir pro cordão, sinhô, sinhô
É ser folião, sinhô, sinhô
De coração, sinhô, sinhô

Porque este samba, sinhô, sinhô
De arrepiar, sinhô, sinhô
Põe perna bamba, sinhô, sinhô
Mas faz gozar, sinhô, sinhô

Quem for bom de gosto
Mostre-se disposto
Não procure encosto
Tenha o riso posto
Faça alegre o rosto
Nada de desgosto

Ai, ai, ai
Dança o samba
Com calor, meu amor

Ai, ai, ai
Pois quem dança
Não tem dor nem calor

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