A cantoria na esquina, divino com paraíso, idealizada pelo músico Gabriel Guedes, em uma homenagem ao Clube da Esquina, é sempre uma surpresa. Nunca um encontro é igual ao outro. E na fria noite de domingo, 26 de junho, de repente junta-se ao som do violão tocado pelo músico Flávio Boca, o de uma bateria que sobe a Rua Divinópolis. É bloco
“Filhos de Gil”. O grupo, formado por alguns moradores e frequentadores de Santa Tereza, foi criado há quatro anos, em homenagem ao músico Gilberto Gil, por ocasião das comemorações dos 70 anos do músico. E por tradição, desde então, o bloco sai sempre e apenas no dia do aniversário de Gilberto Gil, que é no dia 26 de junho. Assim, neste domingo às músicas do Clube da Esquina se misturam as músicas do compositor baiano Gilberto Gil.
Janaína Macroz, moradora do bairro e idealizadora do grupo junto com Marcelo e Iara Lopes, conta que a saída do bloco hoje, é, além de comemorar os 74 anos do ídolo, é também mandar boas energias e desejar vida longa para o compositor baiano, que tem passado por problemas de saúde nos últimos dias.
Alguns pais e mães também vieram com suas crianças, para mostrar a elas a música que é feita ali. Uma das crianças, Maria Joana Santos, 4 anos, veio do Santa Efigênia com o pai Francisco Santos, que sempre comparece aos encontros. Ela ficou encantada com o teclado Gabriel Guedes e meio tímida pediu que ele tocasse “é pau e pedra” e solfejou um trecho de “Águas de Março” de Tom Jobim. “Eu gosto muito dessa música e esse lugar é legal”, comenta Maria Joana sobre a interpretação especial feita pelos músicos Flávio Boca e Edelson Pantera para ela.
E com de costume, às 10h, os instrumentos se silenciam e cada um segue seu caminho, porque “Outro dia já vem e a vida se cansa na esquina / Fugindo, fugindo pra outro lugar, pra outro lugar” (Clube da Esquina nº1 de Lô Borges, Márcio Borges e Milton Nascimento).
