Reportagem: Marlyana Tavares
Um traço bem marcante do Carnaval em Santa Tereza foi o surgimento de bares improvisados nas garagens de diversas casas. Espetinhos, bebidas (de latinhas, latões à onipresente catuaba), vários residentes do bairro deram um jeitinho de aumentar a renda do mês de fevereiro.
E teve até quem vendesse artigos carnavalescos de última hora. Caso de Maria Terezinha Lemos de Freitas (foto), moradora da Rua Mármore. Enquanto passava o Bloco do Godô, na segunda-feira, ela se dividia em dar esta entrevista e responder aos interessados em comprar batons, perucas, fantasias, coroas etc. Tudo na média de R$ 7,50, R$ 10, mas tinha batom de R$ 20.
A moradora, que tem uma loja no Bairro São Geraldo, Loja Tem Tem, abre a garagem de casa para negociar produtos carnavalescos há quatro anos. E estava satisfeita com as vendas. “Não tem crise para o carnaval. Vendi muito aqui”.
Maria Terezinha só estava um pouco decepcionada com as músicas tocadas no período de Momo. “Está muito movimento, mas não tem batucada”. Naquele momento o Bloco do Godô tocava “Nada será como Antes”, música de Milton Nascimento e Ronaldo Bastos, e Maria Terezinha comentou: “Não tem nada a ver com música de Carnaval, mas tudo bem, está bonito, tem a ver com o bairro, que é familiar”.
Houve também quem, enquanto se divertia, trabalhava, como Juliana Lamana, que junto com o Tio Lala, morador da Rua Teixeira de Freitas, abriu a varanda da casa para vender churrasquinhos, cerveja e refrigerantes. Ela conta que “desde o ano passado, abrimos a varanda do Tio Lala. A gente faz um dinheirinho extra e também se diverte. Unimos o útil ao agradável. Além disso, unimos a família. Aqui estão trabalhando meu tio, meus pais, meus sogros e meu marido.”.
O churrasquinho assado na hora, à vista do cliente, atraiu muitos visitantes. Segundo ela, a grande maioria dos consumidores foi de foliões de fora do bairro, que consumiram um número incalculável de churrasquinhos dos mais variados sabores.
Renata Aguillar e sua Bike Food Santa Brigaderia, a “Bicicleta doce de Santê”, também aproveitou, devidamente cadastrada na prefeitura, para levar seus brigadeiros e palha italiana para repor a glicose dos foliões. Segundo ela, “o movimento foi muito bom e o pessoal elogiou o meu trabalho e acharam a bike linda. Pena que não deu pra ficar na Praça o tempo todo, pois a fiscalização, apesar de eu ter a licença, exigiu que eu fosse para outro local. Por isso estou aqui na Rua Tenente Vitorino. De qualquer forma está valendo a pena”.